Este é um trecho do Capítulo 19 do livro “Diferentes Abordagens sobre Agricultura Irrigada no Brasil”, Técnica e Cultura, lançado em 2021. Autores: Luís César Dias Drumond, Fernando Campos Mendonça, André Santana Andrade, Maicon Fábio Appelt e Danielle Morais Amorim.
Inicialmente, a irrigação de pastagens foi feita com sistemas de baixo nível tecnológico. Geralmente o sistema de irrigação apresentava equipamentos superdimensionados (aspersores, tubos, bomba, entre outros), alto consumo de energia por área, baixa uniformidade de distribuição, baixo custo de aquisição e implantação (principal atrativo para o produtor rural) e alto custo total (aquisição + implantação + financeiro + manutenção + mão de obra + energia).
A revolução que levou às melhorias significativas dos sistemas de irrigação utilizados em pastagens foi possível graças a cinco fatores: (i) evolução tecnológica dos equipamentos de irrigação; (ii) treinamento de projetistas por meio de empresas públicas e privadas; (iii) mudança na conjuntura econômica nacional (novas linhas de crédito, redução da inflação e dos juros para financiamento agrícola); (iv) treinamento de profissionais de assistência técnica e extensão rural voltados aos sistemas de produção animal; e (v) uso da Internet para ampla divulgação de conceitos adequados aos projetos de sistemas (vídeos, textos online, livros técnicos palestras, entre outros).
A evolução dos equipamentos de irrigação e o treinamento de projetistas possibilitaram o acesso do produtor rural a sistemas mais eficientes em termos de uso de água e energia.
As linhas de crédito (Pronaf, ModerInfra, entre outras) facilitam o acesso a recursos financeiros para a aquisição de sistemas de irrigação.
Tão importante quanto o acesso ao crédito é saber o momento adequado de solicitá-lo. O profissional de assistência técnica e extensão rural auxilia o produtor rural no monitoramento de seu sistema de produção, inclusive as condições financeiras de seu negócio. Assim, pode orientar o produtor a solicitar o crédito apenas quando o investimento for economicamente viável.
Finalmente, o uso adequado da Internet possibilita aos técnicos e produtores um amplo acesso a informações técnicas e a estudos de casos sobre a irrigação de pastagens (artigos técnicos e científicos, livros, palestras, vídeos, entre outros), bem como possibilitou a discussão e a troca de informações por meio de aplicativos de smartphones para comunicação rápida. Tal como em outros setores do agronegócio, essa conjuntura é única na história da irrigação e permite a rápida evolução que se atualmente vê.
Tal revolução tem levado à redução do custo total de irrigação (aquisição, implantação, financeiro, mão de obra e energia), aumentando a eficiência de distribuição de água, permitindo o emprego de técnicas de manejo de água na área irrigada e resultando em aumento da probabilidade de sucesso na irrigação de pastagens.
Basicamente, a irrigação em pastagens é feita por aspersão, principalmente por sistemas de aspersão convencional fixa e pivô central, mas também há pastagens irrigadas com autopropelido (carretel enrolador). Recentemente surgiram áreas de pastagem com irrigação localizada por gotejamento subsuperficial, principalmente em regiões de clima semiárido ou com grande competição pelo uso de água.
Neste trabalho serão apresentados e caracterizados os sistemas mais utilizados atualmente (aspersão convencional e pivô central). Fique ligado aqui no Movimento Agro, em breve postaremos a sequência deste artigo.