Esta é uma série, que traz trechos da publicação Boletim Técnico 199, da EPAGRI (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), Do pasto ao leite: uma atividade rentável e sustentável, Como produzir 18 mil litros de leite por hectare.
A estrutura de rebanho adequada está relacionada com os objetivos do produtor e com a estrutura fundiária da propriedade.
Numa estrutura de rebanho, onde o produtor cria todas as terneiras e novilhas, normalmente para cada duas vacas presentes na propriedade tem-se uma terneira (0,3 UA) e uma novilha (0,7UA), totalizando 4 cabeças ou 3UA. Logo, o número de vacas corresponde a 66% da capacidade de suporte e os outros 34% representam as terneiras e as novilhas.
Quando o objetivo principal do produtor é a produção de leite e a área disponível para produção de pasto é pequena, recomenda-se:
Aumentar a eficiência produtiva do sistema à base de pasto, sendo que 70 a 75% das Unidades Animais sejam vacas;
Descartar animais improdutivos: vacas improdutivas ou com problemas sérios de mastite, machos adultos etc.;
Criar novilhas e terneiras somente para reposição do plantel, ou seja, para cada 10 vacas presentes no plantel, criar no máximo 4 terneiras e 3 novilhas.
Neste caso o número de Unidades Animal vacas pode chegar a 75% das Unidades Animal presentes no plantel. Entretanto, o parâmetro mínimo e o máximo devem ser relacionados com a condição atual e o planejamento futuro da propriedade. Para rebanhos em evolução é possível estabelecer como meta inicial que 65% das UA presentes no rebanho sejam vacas.
Definição das espécies e área das pastagens perenes por categoria animal
A capacidade de suporte de uma pastagem depende de seu potencial de produção, da fertilidade do solo, das condições climáticas, do manejo e do seu ciclo produtivo.
É importante que no planejamento forrageiro se estabeleça um mínimo de duas gramíneas perenes de verão, e que estas espécies representem no mínimo 75% da área disponível para pastagens.
Sistemas intensivos de produção devem priorizar pastagens de alto potencial produtivo, com muito bom valor nutritivo e palatabilidade. Ao correlacionar estes critérios, o Tifton 85 e o capim Pioneiro se destacam em relação às outras forragens, sendo recomendada sua utilização nos piquetes destinados às vacas em lactação.
Avaliação da capacidade de suporte de uma pastagem
Para determinar a capacidade de suporte de uma pastagem, deve-se calcular a produção de pasto por hectare e correlacionar com a capacidade de consumo e a oferta de pasto necessária por Unidade Animal.
A Capacidade de suporte das pastagens representa o número de Unidades Animal (UA) = 450kg de peso vivo que uma pastagem suporta em uma determinada época do ano sem causar degradação da pastagem.
Exemplo: Em uma quantidade de pasto por metro quadrado = 1,25kg e 20% de matéria seca, ter-se-á o que equivale a uma produção de 0,25kg MS/m² ou 2.500kg MS/ha. Se o intervalo médio entre os pastejos for de 28 dias, teríamos um crescimento de 2.500kg divididos por 28 dias = 90kg MS/ dia. Se ofertarmos 18,5kg por UA por dia, teríamos uma capacidade de suporte de 5,0UA por ha (Figura 28).
Todas as forrageiras têm uma curva de produção e produtividade, variando ao longo do ano de acordo com as estações, as condições climáticas, as condições de umidade, a fertilidade do solo e o manejo da pastagem. E isso é uma das principais razões para se adotar o planejamento forrageiro.
Como referência, apresenta-se abaixo (Tabela 6) a produção média de matéria seca por m² das principais forrageiras utilizadas no estado de Santa Catarina.