Guilherme Resende de Oliveira é Diretor Financeiro numa Cooperativa de Crédito do Sicoob em Luz/MG e Coordenador do Projeto Balde Cheio em Luz, formado no curso Técnico Agropecuário pelo CEFET - Bambuí e graduando em Administração de Empresas pela Fasf Unisa.

O uso do pastejo rotacionado como tecnologia na produção de leite e carne tem crescido substancialmente nos últimos anos, devido ao maior acesso que produtores e técnicos tem tido sobre às informações e técnicas em sua utilização e diante dos grandes benefícios, quando se trata de desafios na redução do custo de produção, aliado a grandes fatores como disponibilidade de forrageiras no mercado, pesquisas, clima e muito mais.

O conhecimento acerca do uso intensivo da pastagem é um grande diferencial para o alcance da maior eficiência de pastejo, maior lotação e produção de um pasto de qualidade e envolve inúmeros pontos que devem ser observados com critério durante a implantação de um sistema rotacionado.

Já mencionei em artigos anteriores sobre os 4 fatores que determinam o crescimento das pastagens tropicais, um artigo sobre a importância da amostragem de solo e um outro sobre o custo de adubação fazendo uma reflexão se compensaria adubar pasto. O assunto de hoje é sobre a largura dos corredores em sistemas de pastejo rotacionado, um assunto muito simples, mas que é preciso levantar alguns pontos que precisam ser observados.

Uma coisa é certa! Não existe uma regra, tampouco uma fórmula que fale a largura de cada corredor, principalmente porque cada sistema de pastejo é de um jeito. O correto é usar o bom senso. Mas vamos lá, entender um pouco do que precisa ser observado.

O que temos que levar em consideração na hora de definir a largura do corredor? 

Declividade! Em áreas planas, existe uma tendência de acúmulo de água, se for o caso de terrenos argilosos, dessa forma a criação de lama é mais propícia, daí a necessidade de fazer um corredor mais largo. E o contrário, a mesma coisa, em área com declividade mais acentuada, existe uma tendência a água escoar mais rapidamente, podendo o corredor ser mais estreito. Uma dica importante, em áreas muito inclinadas, recomenda-se que os corredores sejam projetados cortando o declive, a fim de evitar a erosão e amenizar o esforço dos animais. Veja na imagem (Foto: Walter Miguel Ribeiro) abaixo um sistema de piquetes bem dimensionamento com corredores cortando o declive, como mencionado anteriormente. 

Tipo de solo! É outro ponto importante, solos argilosos tendem a reter mais água, acontecendo a formação de muita lama, com necessidade de serem mais largos e solos arenosos tem a facilidade de infiltração, os quais não acumulam tanta água, podendo ser mais estreitos.

Tamanho do sistema de pastejo rotacionado! O tamanho da área também é importante para se considerar a largura dos corredores. Quer ver? Um corredor de 5 metros é pouco ou muito? Depende, imagine um corredor de 5 metros numa área de 0,5 hectares é praticamente um desperdício de área. Já um corredor de 5 metros em uma área de 10 hectares é pouco, seria melhor um corredor mais largo diante da possibilidade de um grande rebanho andando nos corredores.

Não é recomendado corredores com menos de 3 metros, o que pode levar os animais a stresse por conta da cerca elétrica, onde os animais passam a tomar mais choque e o transito dos animais prejudica o conforto.

Outra coisa que sempre recomendo é nunca fazer apenas 1 corredor, é claro que depende de cada sistema de pastejo. Com mais de um corredor dentro do sistema, além dos piquetes ou mesmo a pastagem descansar, até o corredor descansa e fica menos susceptível a deterioração. E para finalizar, a largura dos corredores, sempre deve estar compatível com a quantidade de animais. Reflita!